quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Estado ganha centros de maturação para o Queijo Minas Artesanal

Produtores do Queijo Minas Artesanal das regiões do Serro, Canastra e Serra do Salitre terão, a partir de março, um centro de maturação em cada uma das tradicionais regiões produtoras. A produção que passar pelos entrepostos de maturação estará habilitada para ser comercializada em outros estados.
- A comercialização fora do nosso Estado é um anseio antigo dos produtores. Enquanto em Minas o mercado já está estabilizado, há um grande potencial de demanda em regiões como São Paulo, Rio e Brasília, explica a assessora técnica da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Ana Helena Cunha.


A maturação é um processo regulamentado por legislação federal, exigida para os queijos produzidos com leite cru, um dos itens que caracteriza o queijo artesanal mineiro.
- Durante a maturação, o queijo adquire os parâmetros microbiológicos e físico-químicos exigidos pela legislação, e que vão garantir a qualidade do produto e a segurança do consumidor, explica a assessora técnica.
O centro é uma estrutura em que os queijos chegam, passam por uma limpeza e seguem para um espaço reservado especificamente para o processo de maturação, que varia entre 14 dias (Serro) e 21 dias (Canastra e Serra do Salitre). Cumprido o prazo, o queijo é embalado e distribuído. Segundo Ana Helena Cunha, muitos produtores não têm espaço suficiente para maturar toda a produção pelo período necessário.
- Os entrepostos de maturação vêm atender esta demanda, afirma.
As estruturas estão localizadas nos municípios do Serro, Medeiros e Rio Paranaíba, e serão gerenciadas pelas cooperativas de produtores de queijo das regiões do Serro, Canastra e Serra do Salitre, respectivamente. Cada centro tem a capacidade para receber, aproximadamente, quatro toneladas e meia a cada período de maturação. Os centros vão receber a produção de queijarias devidamente cadastradas no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
A construção das unidades foi viabilizada por meio de convênio entre a Emater-MG e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o apoio das cooperativas e do Sistema Ocemg, que também custeia os exames feitos nos animais (brucelose e tuberculose), além de análises do queijo e da água.

Museu do Queijo
No município de Medeiros, na região da Serra da Canastra, além do centro de maturação, será implantando também o museu do queijo. O museu, que foi concluído no final do ano passado, é resultado de parceria entre a Seapa e a prefeitura.
- A proposta é de que ele seja uma referência na cultura da fabricação do queijo na região, reunindo peças antigas que contêm a história dos processos utilizados ao longo dos tempos, afirma Ana Helena.
O museu funcionará também como ponto de apoio para a venda da produção e como centro de capacitação dos produtores.

Culinária mineira está no centro da programação da 11ª edição do Madrid Fusión

Mais importante festival de gastronomia do mundo, que começa nesta segunda na Espanha, amplia fronteiras culturais do estado

 Madri – Ponto de encontro de chefs, pesquisadores, jornalistas e todo tipo de gente interessada em gastronomia vindos de todas as partes do mundo, o congresso Madrid Fusión começa hoje na capital espanhola, tendo a cozinha de Minas Gerais como homenageada e, inevitavelmente, criando certa aura de mistério junto ao público internacional. Afinal, quantos estrangeiros já ouviram falar de ora-pro-nóbis, jabuticaba e queijo canastra, por exemplo? Até dia 23, vários chefs do estado vão revelar ao mundo a riqueza gastronômica mineira em aulas e palestras, dividindo espaço com estrelas internacionais no palco que, tradicionalmente, lança tendências e abriga discussões que reverberam pelo planeta.

Para ter ideia da dimensão do evento, atualmente em sua 11ª edição, foi numa das suas palestras que pegou fogo a rixa entre os chefs espanhóis Ferran Adrià e Santi Santamaria, este último um defensor fervoroso da cozinha tradicional, inconformado com os avanços do primeiro no revolucionário Restaurante elBulli, a meca da gastronomia molecular, com suas espumas, esferificações e incontáveis experiências. A julgar pela quantidade de chefs de peso presentes (Joan Roca, Andoni Luis Aduriz e Pierre Hermé, Elena Arzak e Quique Dacosta são só alguns), o evento promete.

Pela primeira vez, o Madrid Fusión homenageará um estado e não um país, a exemplo das edições anteriores em que nações como Peru e Coreia foram contempladas em sua programação. A maré está tão a favor de Minas que os chefs do estado ainda serão protagonistas de outro feito inédito: serão eles, em vez dos espanhóis, os responsáveis pelo coquetel de abertura do evento, cujo extenso cardápio inclui itens como caipirinha de pitanga, pão de queijo, paçoca de carne serenada e até farofa de içá. Para fechar, doces de fazenda, queijo minas e café – além de cachaça, é claro. Será hoje à noite, no Casino de Madrid.

São cerca de 15 os chefs mineiros convidados, sendo Ivo Faria (Vecchio Sogno, BH) e Rafael Cardoso (Atlantico, BH) os encarregados da palestra de abertura do congresso, hoje, na qual será abordada a evolução da culinária mineira ao longo do tempo. Rafael terá como ponto de partida a época dos tropeiros, quando a necessidade de transportar a comida no lombo dos animais de carga por dias pelas estradas determinava os ingredientes e processos. Na outra ponta, Ivo falará sobre o momento em que as famílias, já assentadas em vilas, passaram a tirar proveito do que havia ao redor, como verduras e frutas.

O tema do Madrid Fusión este ano é “A criatividade continua” e o ingrediente convidado, desta vez, é o café. Sem dúvida, Minas Gerais é um produtor de café notável em nível mundial, tanto em termos de qualidade quanto em quantidade. O café é um dos produtos que o governo do estado, um dos propulsores da participação mineira no evento, destacará em Madri, formando espécie de tripé com o queijo minas e a cachaça. Não fossem as barreiras sanitárias, muito mais poderia ser mostrado ao público estrangeiro – houve quem planejasse levar queijos de leite cru, verduras e frutas ao evento.

Novas rotas

Ciente da grande vitrine que se tornou o congresso, o governo mineiro organizou delegação composta por cerca de 80 pessoas – entre chefs, empresários e o governador Antonio Anastasia –, apostando alto nos benefícios que essa grande ação em conjunto poderá trazer para o estado, sobretudo na área do turismo. A Rota do Café, de acordo com informações da Secretaria de Estado do Turismo, está ativa desde setembro e recebeu visitas de brasileiros e estrangeiros a fazendas de café. A intenção estatal é criar ainda este ano outras duas rotas; não por acaso, talvez sejam a do queijo e a da cachaça.

Por enquanto, pensar em aumento e diversificação das exportações brasileiras como consequência da divulgação da riqueza alimentar mineira na Espanha é algo prematuro, como avalia o secretário de Estado do Turismo, Agostinho Patrus Filho: “Infelizmente, não há como pensar nisso hoje. Os produtores muitas vezes não têm nem como aumentar 20% ou 30% do que produzem”. As rotas turísticas seriam instrumento importante para alterar essa realidade, visto que pequenos produtores agrícolas de destaque teriam fonte de renda extra para poder investir no próprio negócio.

Cozinha nativa

Mas nem só de mineiros é feita a participação do Brasil no Madrid Fusión. Com presença numa das edições anteriores, o paulistano Alex Atala, chef do D.O.M., atual quarto melhor restaurante do mundo segundo ranking anual da revista britânica Restaurant, fará outra palestra, no último dia do evento. O tema será “Brasil pré-Portugal”, contemplando a cultura alimentar indígena brasileira, estabelecendo ligação com o que já abordou em seu livro mais recente, Escoffianas brasileiras. Além dele,  marcarão presença outros nomes expressivos em âmbito nacional, como César Santos (Oficina do Sabor, Olinda, PE), Mônica Rangel (Gosto com Gosto, Visconde de Mauá, RJ), Flávia Quaresma (Rio de Janeiro, RJ) e Wanderson Medeiros (Picuí, Maceió, AL).

Por falar em Alex Atala, o chef viverá situação curiosa ao lado do colega mineiro Felipe Rameh, que dará aula amanhã sobre a versatilidade da mandioca. Antes de brilhar à frente dos restaurantes Dádiva e Trindade, em BH, Felipe se tornou conhecido na TV como assistente de Atala, quando atendia pelo apelido de Sansão. Agora, em Madri, ele terá a luxuosa assistência do mestre. “A mandioca é o ingrediente que une o Brasil”, resume o jovem chef.

* O repórter viajou a convite do Governo de Minas Gerais

Gastro Festival

O Madrid Fusión termina quarta-feira, mas Minas Gerais continuará a marcar presença na capital espanhola até o fim desta semana, por conta do Gastro Festival, programação paralela de jantares ligada ao congresso. De quarta a sexta, estão previstos seis jantares a quatro mãos em hotéis da cidade. As duplas são Felipe Rameh (Trindade) e Paula Cardoso (Albano’s); Guilherme Melo (Hermengarda) e Rodrigo Fonseca (Taste-Vin); e Pablo Oazen (Assunta) e Leonardo Paixão (Glouton).

 

 

Nossas Receitas - Angu Mineiro com Queijo

Bom dia. Hoje mais uma receita típica das Minas Gerais.

Apreciem, realmente é muito boa. Vamos lá!!!


Ingredientes:

1/2kg de fubá mimoso
2 xícaras (chá) de água fria
2 litros de água fervente
2 xícaras (chá) de queijo minas meia cura ralado

Modo de Preparo:
 
Misture o fubá com a água fria.
Despeje, aos poucos, na panela com a água fervente e mexa sem parar, com uma colher, por 30 minutos.
Quando a mistura começar a grudar no fundo da panela, diminua para fogo baixo e continue a mexer até desgrudar.
Despeje metade dessa mistura em um refratário pequeno, faça uma camada com o queijo e despeje o restante do angu.
Sirva em seguida, se desejar, polvilhado com salsa picada.

Rendimento:

05 porções